O Espelho

Por: Leidiane Marques - Eros & Psique - Publicado em: 05/12/2024

 

Chego em casa após mais um dia intenso de trabalho. Estou tão exausta que apenas me arrasto até o banho. 

A mesma sensação de sempre me invade, através do espelho embaçado  sinto como se alguém me observasse. Aquele arrepio percorre meu corpo como se de fato houvesse pares de olhos sobre mim.

Termino meu banho e sigo pra cama,  me sento na cama e deixo a toalha escorrer pelo meu corpo, amo dormir nua, apenas eu e meus lençóis. Sinto o frio noturno beijar minha pele e mais uma vez um arrepio se segue eriçando meus seios  e pelos.

Novamente, sinto aqueles olhos em mim. Olho rapidamente no espelho, é  apenas o meu reflexo nu. Gosto do que vejo  e então  o gosto do desejo me invade, é  como entrar num transe hipnótico onde não consigo parar de me olhar.  Cada detalhe, curvas, formas. Mas o que me causava desejo, era a sensação de estar sendo observada através do espelho. Poderia não ver, mas ele estava ali,  apenas sentia.

Fico de frente para o espelho, dobro uma perna para cima da cama, deixando minha intimidade evidente com aquela fina camada de pelos aparados e meus lábios levemente abertos.  Mais uma vez o arrepio percorre meu corpo, sinto o ar adensar  e o ambiente ficar mais frio e mesmo assim, me meu corpo está intensamente quente.

Instigada pela presença daqueles olhos curiosos,  sinto uma vontade imensa de me tocar. Então começo a dança sensual de dedos pelo meu corpo.

Minhas mãos percorrem vagarosamente meus seios, formando círculos lentos nos meus bicos já entumecidos, enquanto minhas partes começam a umedecer.

Mordo os lábios ao aumentar a pressão em meus seios, enquanto por puro instinto desço minha mão direita pra minha intimidade. Com um único dedo separo meus lábios, já sentindo toda a umidade se acumulando e estremeço ao tocar no meu ponto sensível já inchando de prazer.

Arfo a cada movimento contínuo e coloco, por vez, a pressão  mais forte.  Sinto sua presença cada vez mais perto como se pudesse roubar meu ar.  Fecho os olhos, a cada raio de prazer enviado por todo meu corpo e passo a descer os dois dedos pra dentro do meu centro, quente e pulsando em volúpia.

Retiro e volto para meu ponto sensível, gemendo com prazer contínuo e imaginando aqueles olhos criando forma, boca e mãos para me satisfazer.

Retiro novamente os dois dedos do meu centro que já está pingando e antes mesmo de chegar ao meu ponto inchando, sinto uma força me puxando. Mãos de dedos grossos agarram as minhas e dou um grito com misto de medo e prazer. Uma sensação que jamais saberia explicar

Aqueles olhos verdes me encaram e quase perco o fôlego só de olhar pro seu corpo nu, duro como pedra. Ele leva meus dois dedos à boca, provando meu gosto de maneira voraz.

— Deliciosa. — falou com a voz rouca, meu peito subia e descia nas batidas desesperadas.

— Tenho te observado, e você sabe muito bem disso, não sabe?

Apenas concordei com a cabeça, quase me faltando o ar.

— Seu espelho é  um portal para o meu mundo e você me desejou.  Agora vou te devorar por todas as vezes que me fez suportar a tortura de te ver e não poder te tocar.

— Por que demorou tanto? 

Eu  poderia estar apavorada, mas aquele homem desconhecido era estranhamente íntimo pra mim e eu já estava pingando de desejo.

Ele se ajoelhou  e eu, mesmo tremendo,  me virei pra ele.   Fiquei admirada com seu tamanho e beleza singular.

—Quebrei  uma das regras de meu mundo ao usar o portal, e vim sem nem saber se seria aceito por você.— Disse com o olhar profundo nos meus.— Vou fazer valer a pena cada  segundo  ao seu lado.

Essa sem dúvida, havia sido a coisa mais romântica que eu poderia ter escutado de um desconhecido, sem nome. Aproximei minhas mãos, ainda trêmulas, em seu rosto angular  e de maxilar marcado, ele tinha o corpo de um guerreiro, malhado e com cicatrizes brancas na pele castigada pelo sol.  Então o beijei vorazmente, alimentando ainda mais toda a energia sexual a nossa volta.

Suas mãos envolveram minha cintura, me puxando contra seu  corpo quente e forte. Seus dedos desceram pelo meu corpo nu, me causando arrepios. E me  deixando louca  quando começou a brincar com meus seios já pesados, enquanto  mordiscava meu pescoço  nos pontos  sensíveis.

Arqueei  minhas  costas e abri minhas pernas, me entregando ao desejo que me consumia. Arfei em seus lábios que me devorava, sua língua me preenchendo e seus dedos em minha intimidade, explorando meu ponto inchado de prazer.

Soltou meus lábios, apenas para abocanhar meu seio direito, enquanto sua mão agarrou o esquerdo. Alternou suas mamadas deliciosas entre eles, enquanto suas mãos habilidosas  me levavam ao êxtase. Sentir seus dedos dentro de mim foi quase  insuportável. Eu estava encharcada, gemendo enquanto movia meus quadris em busca por mais.  

Ele me puxou para o limite da minha cama e colocou uma perna para cima de seu ombro. Deitei segurando os lençóis ao sentir a boca dele me devorando, sugando meus sucos com voracidade e foi demais pra mim, quando alternou  sua língua e dedos,  me preenchendo, me instigando, me consumindo e então  explodi em ondas fortes de um orgasmos que me fez parar de respirar por alguns segundos, enquanto os tremores  tomavam conta do meu corpo.

Quando os espasmos começaram a passar, ele me olhou, sua pele luminosa de meus sucos e então disse:

— Agora eu vou  te foder, enquanto goza no meu pau, minha delícia.

Me ergui, encarando seus olhos famintos, seu rosto luminoso com meu libido.

— Faça! Faça comigo tudo que imaginou fazer enquanto me assistia.  Faça agor..

Antes de terminar a fala, ele devorou meus lábios com voracidade. Me puxou, deixando minhas partes molhadas em cima de seu pau grosso e latejante de desejo.

Arfei ao senti-lo pressionar contra a minha intimidade, tão sensível após o intenso orgasmo tido segundos atrás. Ele permaneceu me pressionando, abrindo minhas partes sem me penetrar. Eu empurrava os quadris o desejando, perdida em meus anseios de tê-lo dentro de mim.

Seus dedos foram para aquele ponto inchado, me fazendo gemer  e implorar por ele.

— Por favor... — Disse perdendo o fôlego— por favor, me fode agora.

Então ele parou, e se afastou alguns centímetros.  Uma frustração  enorme me atingiu, e estava a ponto de xinga-lo.

— Em meu mundo, se eu consuma-la, você jamais terá outro.

—  Como?—Falei sem entender com a respiração entrecortada.

 —Não é  como posse,  nossas essências se fundem e nenhum dos dois consegue mais ter a mesma conexão  com outro parceiro.  Você consegue transar, mas jamais conseguirá ter o mesmo prazer absoluto que possa ser alcançado.

— Está me pedindo permissão pra ter a melhor transa da minha vida? — Falei ainda pingando de desejo, desesperada por ele. —Só estou te informando que será minha, pra sempre.

— Já era sua, antes mesmo de me tocar...

Então ele me preencheu, arfei arqueando o corpo, ele me deu segundos, apenas para adaptar minha intimidade  apertada envolta de todo seu tamanho. Uma onda de prazer arrepiou meu corpo e luzes reverberavam pela minha visão, enquanto ele me fodia.

Voltou as mamadas que me davam picos ainda mais altos de êxtase como se eu tivesse um orgasmo contínuo enquanto a nossa união perpetuava.  Meu ar faltava, mas as ondas eram intensas demais para suportar.

Meu corpo tremiam e eu gemia enquanto buscava por ar. Ele aumentou suas estocadas a cada gemido saído de meus lábios.  E quando achei que iria parar de respirar, ele se derramou denso e forte dentro de mim. Mal havia recuperado  o fôlego, quando ele disse:

— Agora fica de quatro linda, vou fodê-la enquanto olho pra sua bunda perfeita.

Leidiane

 

LEIDIANE MARQUES
Escritora e Contista